terça-feira, 20 de março de 2012

Retrospectiva: 1990



O desafio do ano de 1990 foi lidar com a falta de recursos: isto é, embora os pesquisadores conhecessem os conceitos de dureza, fricção e resistência do ar para as máquinas comuns, essas propriedades já não se aplicam nessa ordem de pequenez, pois elas se alteram com as dimensões dos objetos estudados. A microfabricação oferecia um novo campo para o experimento das teorias, com máquinas e peças disponíveis apenas em complexas simulações no computador. Além disso, no mundo inteiro, a estimativa era de apenas cinquenta pesquisadores na área de tecnologia de micromáquinas.
O que se produziu, tendo em vista as condições à época, foi de extrema importância dentre os fatores que impulsionaram as pesquisas. Nesse ano, na Universidade de Johns Hopkins (Baltimore, E.U.A.), criaram uma pílula que contém um termômetro de silício e todos os equipamentos necessários para transmitir suas medições. Outro grupo, da Universidade da Califórnia (Berkeley, E.U.A.) construiu um motor de silício que poderia rodar até 500 vezes por minuto, sendo utilizado para a ventilação de sistemas integrados, de diâmetro não muito superior ao de um pelo humano. Enquanto isso, a multinacional americana Texas Instruments estudava um chip coberto por 1 milhão de espelhos móveis, que seria a chave para os computadores ópticos.
Durante esse ano, o que se dizia sobre a Nanotecnologia entorno do que se esperava para os próximos anos era nada menos que um robô com menos de 1mm de diâmetro capaz de grandes incursões por entre os órgãos e artérias, microssensores capazes de reproduzir em computadores os sentidos humanos, exploração espacial em microespaçonaves e até mesmo robôs operários com sentido tátil tão sensível quanto o do homem e um robô capaz de operar em escala atômica (fabricando molécula por molécula).

Fonte: adaptação do artigo "Motorzinhos do Progresso" - Superinteressante, 1990.

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