segunda-feira, 26 de março de 2012

Entrevista com o Prof. Giovanni Mambrini

Entrevista, do grupo de nanotecnologia da turma 2D, com o Prof. Giovanni Mambrini, Doutor em físico-quimica pela UFSCar.



Colunano : Como você definiria nanotecnologia para uma pessoa leiga?
Professor Mambrini: Para uma pessoa leiga, vamos pensar que nanotecnologia é uma tecnologia que envolve algo numa escala muito, muito pequena, menor do que pessoas leigas, geralmente, conseguem imaginar. Acho que a melhor maneira de imaginar isso é pensar num fio de cabelo, que é algo do dia-a-dia e você divide um fio de cabelo por mil partes iguais. Essa é a escala de tamanho que a gente começa a trabalhar em nanotecnologia. Essa seria a maior dimensão que a gente trabalha.

Colunano: Quando e por que você se interessou por nanotecnologia?
Professor Mambrini: Me interessei por nanotecnologia quando eu tinha uns 20 anos de idade, estava fazendo o curso de Química na UFSCar, em São Paulo, e tive contato com um professor que estava começando a trabalhar com isso. E conversando com ele, vi todas as possibilidades, que essa área, que ia começar a época a 10, 12 anos atrás, e me interessei pelo contato com esse professor.

Colunano: Quais pesquisas sobre nanotecnologia a UFV desenvolve?
Professor Mambrini: A UFV está entrando agora nessa área. Essa área é relativamente muito nova com a construção do novo departamento de Química, as pesquisas nessa área vão ter mais potencial para crescer.

Colunano: Quais pesquisas sobre o assunto você já fez?
Professor Mambrini: Eu atuo, principalmente, pesquisando métodos químicos para sintetizar nano partículas. Ainda não é perfeitamente controlado, você sintetizar um material que requer partículas de um tamanho muito controlado, e quando digo controlado, você sintetizar partículas de 4, 5, 6 nanômetros, e todas as partículas desse mesmo tamanho. Então, minha pesquisa busca viabilizar métodos químicos que possibilitem esse tipo de material final.

Colunano:  Tem algum produto já desenvolvido com a pesquisa?
Professor Mambrini: Não, por ora, estamos engatinhando ainda. Não temos nada ainda no mercado.

Colunano:  Há alguma estimativa de quanto as pesquisas podem avançar nos próximos anos?
Professor Mambrini: Olha, é difícil falar. Muitas revistas por ai dizem que as pesquisas de nanotecnologia vão crescer em todas as áreas do conhecimento humano. Mas é difícil fazer uma estimativa de quanto dinheiro isso vai gerar, algumas pessoas falam em casa de bilhões de dólares por ano. Só para você ter uma ideia, há doze anos nós tínhamos duas revistas especializadas em nanotecnologia, e hoje, nós já temos por volta de umas 15, de circulação semanal. Então, a quantidade de trabalhos que está sendo gerada nessa área, quantidade de dinheiro investida é muito grande. Então a gente pode prever um futuro com bastante nanotecnologia envolvida. Inclusive nesse celular, que a gente está gravando essa conversa, provavelmente nos temos já bastante coisa dessa área.

Colunano: Quais são as principais vantagens da nanotecnologia?
Professor Mambrini: É difícil citar as principais vantagens, se você for pensar em termos de eletrônica, podemos esperar equipamentos cada vez menores, mais leves, e com maior capacidade de processamento e armazenamento de dados.  Há trinta anos, era impossível pensar em um processador como o que nós temos hoje. Com tamanha capacidade de processamento e com tamanho tão pequeno, e no futuro deve ser ainda melhor.  Então, acho que principalmente na área de eletrônica, mas na área de saúde, já começa também, alguns trabalhos envolvendo nanotecnologia, em remédios e farmacologia, então acho que essas são as duas principais áreas que a gente pode observar grandes avanços.

Colunano: Tem mais alguma coisa que você queira falar sobre o assunto?
Professor Mambrini: Na verdade, eu acho que é uma área fascinante, mas ainda estamos engatinhando e deixo aqui o recado pra quem ler esse blog: Que é uma área fascinante, e acho que para todo mundo que tem interesse em ciências exatas é uma área que vocês devem investir.

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