terça-feira, 27 de março de 2012

Nanotecnologia em algumas universidades brasileiras




  Desenvolvimento de um novo tecido para curativos através da Incorporação de nanopartículas de prata, que evitam infecções, e enzimas, que aceleram a cicatrização.



 Utilização de nanocompósitos fluorescentes que combinam polímeros condutores com metais nobres e fazem a marcação do DNA dos pacientes, o que torna os exames para a detecção de HPV e dengue mais rápidos e precisos (os testes ficam prontos em uma hora, enquanto os tradicionais demoram de 24 a 72 horas). Tecnologia também testada em enfermidades como leucemia e hepatite.



 Desenvolvimento de nanotubos de carbono que podem encurtar o tempo de recuperação de implantes dentários em pessoas que tiveram perda óssea (utilizando nanotubos de carbono e ácido hialurônico, os pesquisadores chegaram a um novo material que pode reduzir de três meses para um mês e meio o tempo de cicatrização), além de reduzir os custos do procedimento (a quantidade utilizada nos procedimentos é muito pequena, o que torna o procedimento viável).

Fontes:
http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/nanotecnologia-made-in-brazil-24082009-26.shl
http://www.otempo.com.br/otempocontagem/noticias/?IdNoticia=4578
http://www.time2ride.com.br/nanotubos.htm

segunda-feira, 26 de março de 2012

Empresas que desenvolvem pesquisas em nanotecnologia com o objetivo de diminuir custos e promover melhorias em seus produtos


(informações de 2009/2010)


 Desenvolvimento de aditivos para ajudar na remoção do petróleo, sensores capazes de detectar gases e materiais para auxiliar na separação de contaminantes oleosos da água.
Criação de dutos com revestimento autocicatrizante (a ideia é de que o próprio revestimento corrija as falhas e que o vazamento não aumente)
Revestimento para fornos de processamento petroquímico (desenvolvido pela Nanox). O material formado por camadas com espessura de 100 nanômetros impede a aderência do carbono e evita as paradas para limpeza dos fornos, que geram prejuízos de 1 milhão de dólares por dia (esta tecnologia também foi testada por outras empresas brasileiras, além da Petrobrás).



 Linha de tecidos Technopolo Light: Nanomaterial que reduz a retenção de água e produz um ganho de 29% no tempo de secagem do tecido.
Materiais autolimpantes, antimicróbios e antiodores, de forma que alguns tecidos não precisam mais ser tingidos, pois incorporam nanotecnologia para autotingimento.


 Empregou materiais nanoestruturados no rack montado sobre o automóvel Idea Adventure, da Fiat. Através da eliminação da fibra de vidro (que foi substituída por um polímero nanoestruturado que une náilon e nanoargila), obteve-se uma versão 33% mais leve e 20% mais barata que a que era usada.




 Produziu uma língua eletrônica, dispositivo que utiliza sensores nanoestruturados para monitorar a qualidade de bebidas e detectar contaminação na água. E propôs utilizar o mesmo conceito num equipamento para identificar a adulteração de biocombustíveis.
Desenvolvimento de testes sobre a possibilidade de revestir frutos com nanopartículas que impedem o desenvolvimento de fungos.
Investigação quanto à possibilidade de usar, nanoestruturas de celulose para produzir plásticos.



 Desenvolvimento de pesquisas quanto à possibilidade de diminuição das partículas de medicamentos com o objetivo de aumentar a área de contato do fármaco com o meio biológico, acelerando sua ação (EX: inserir nanopartículas nas células cancerosas como forma de mata-las).

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/nanotecnologia-made-in-brazil-24082009-26.shl

Tecnologia brasileira pode acabar com segunda maior causa de morte em transplantes de coração


Baseando-se na história Ilíada, onde os gregos penetraram as muralhas de tróia dentro de um cavalo de madeira, cientistas brasileiros usam da mesma estratégia para reverter um dos maiores problemas do transplante de coração, a doença coronária do transplante.
A tecnologia brasileira promete reverter o quadro dos pacientes, diminuindo significativamente o nível de rejeição do novo coração e, quem sabe, de vários outros tipos de transplantes.
A doença coronária, que é obstrução dos vasos sanguíneos, é a segunda maior causa de morte entre os pacientes que fizeram um transplante, perdendo apenas para a rejeição aguda. Para reverter esse quadro, Neodir Stolf , diretor do Instituto do Coração da USP utilizou de uma nanotecnologia criada pelo seu colega de pesquisa Raul Maranhão.



A ideia de criar o nano-cavalo de Troia surgiu porque as células do câncer atraíam grandes quantidades de partículas de LDL para si. Anos depois, Maranhão descobriu que não apenas as células de câncer, mas qualquer tipo de processo inflamatório atraía essas moléculas. Ele apelidou sua nanopartícula de LDE, pelo fato dela possuir uma proteína que a difere do LDL, a apoE (proteína do colesterol bom).
A partir de um modelo de transplante cardíaco em coelhos de laboratório, os pesquisadores da USP conseguiram provar que o nano-cavalo de Troia consegue reduzir em 50% a gravidade desse tipo de doença coronária.
Como o LDE estava carregado com o fármaco anti-inflamatório, foi possível perceber uma melhora significativa no quadro dos coelhos. “Agora temos uma arma que não existia para tratar um dos principais problemas de transplante do coração”, disse Raul. “A única alternativa seria um segundo transplante, que é completamente inviável”, completou.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/%E2%80%9Cnano%E2%80%9D-cavalo-de-troia-e-a-mais-nova-arma-para-a-conquista-do-transplante-perfeito

Resultados surpreendentes da Nanotecnologia


Entrevista com o Dr. Cauê Ribeiro de Oliveira sobre nanotecnologia


Robô de DNA: cura do câncer?

No Wyss Institute, da Universidade de Harvard, EUA, foi criado um nano-robô com partes de DNA capaz de transportar moléculas para dentro das células humanas. Devido a essa tecnologia, algumas instruções podem ser passadas para as células. No caso das cancerígenas, a morte seria auto-programada. O método, conhecido como DNA-origami (vide imagem) foi desenvolvido inspirado na ação dos glóbulos brancos no corpo humano.



"O recipiente pode conter vários tipos de cargas. Portanto, ele pode incluir moléculas específicas com instruções codificadas, que podem interagir com a superfície de células de sinalização de receptores. Durante os estudos, as células de linfoma e de leucemia câncer foram atacadas."


A principal vantagem no uso do DNA é o fato do material ser biodegradável e compatível com o nosso corpo, tendo finalidade especificamente medicinal.


Fonte: http://exame.abril.com.br/tecnologia/ciencia/noticias/robo-feito-de-dna-pode-tratar-o-cancer

Capa da Invisibilidade(!!!)

A partir de folhas de nanotubos de carbono, um modelo funcional de "capa de invisibilidade" foi criado por cientistas da Universidade de Dallas, EUA. O recurso utilizado é o mesmo das miragens no deserto, utilizadas pra esconder objetos.
Os resultados do estudo foram apresentados na revista Nanotchnology em outubro do ano passado. O material, que tem a densidade do ar, é rígido como aço, e possui grande capacidade de conduzir e transferir calor para o ar ao seu redor, o que lhe possibilita causar o citado "efeito miragem".

"Por meio de estimulação elétrica, a folha transparente de nanotubos de carbono pode atingir altas temperaturas. Ao transferirem o calor para o ambiente ao seu redor, ela provoca o efeito miragem, fazendo com que os objetos colocados atrás da folha fiquem invisíveis."



Confira o vídeo no link abaixo! 


Brasil e China criam Centro de Pesquisa em Nanotecnologia




 O Brasil firmou um acordo com a China para a criação do centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia, na forma de uma rede cooperativa de pesquisas para promover o avanço científico e tecnológicos da investigação e aplicações de materiais  nanoestruturados.  Não esta definido ainda  um ramo específico em que as pesquisas serão realizadas, porém, segundo o coordenador do centro Fernando Galembeck, a China manifestou interesse em desenvolver juntamente com o Brasil sensores e dispositivos para a realização de diagnósticos  clínicos para atendimento de populações dispersas. Além de atuar em pesquisas para melhorar o atendimento aos pacientes em lugares dispersos o centro também terá como referencia para pesquisa desenvolver novos produtos através da biomassa, segundo  Galembeck é possível usar a nanotecnologia para transformar resíduos agrícolas

http://invertia.terra.com.br/sustentabilidade/noticias/0,,OI5614068-EI10411,00-Brasil+e+China+criam+centro+de+pesquisa+em+nanotecnologia.html

Nanofuturo


No futuro robôs do tamanho de bactérias serão utilizados como instrumentos médicos capazes de destruir agentes patogénicos ou de corrigir as deficiências genéticas das células.
Um grupo da Universidade Rice, nos Estados Unidos, liderado pelo quimico James Tour, produziu o primeiro veiculo motorizado com o tamanho de uma molécula. Chamado de nanocarro, mede apenas 4 naômetros de comprimento. Enfileirados, 20 000 deles teriam a espessura média de um fio de cabelo. O carrinho tem um chassi e quatro eixos. Em vez de rodas, exibe moléculas de um composto formado por carbono, hidrogênio e boro. O veiculo é movido à luz. Quando atingido por uma emissão luminosa, o motor gira e o impulsiona.

No livro "A singularidade está próxima: quando os humanos transcendem a biologia", o americano Raymond Kurzweil, prevê que os humanos se fundirão aos computadores e aprenderão fazendo um simples download da internet diretamente no cérebro.
A mesma biotecnologia que cura um cãncer poderá munir um terrorista na criação de uma arma biológica.
Em 2005 a China assumiu a liderança na publicação de artigos científicos sobre nanotecnologia.
 Os americanos têm destinado mais dinheiro em nanotecnologia do que aplicaram em qualquer outra iniciativa desde o programa Apollo, na década de 60, que levou o homem à lua.
Existem estimativas de que em 2015 o nanomundo deixe de ser apenas uma tecnologia emergente, mesmo que ainda algumas áreas de pesquisas sejam insipientes.
Os nanorobõs viajarão pela corrente sangüinea para nos manter saudáveis. Destruirão patogenias, removerão placas de gordura e corrigirão erros e DNA.
Machu Picchu atômico: imagem de particulas de cobre, em área de 50 000 vezes menor que um fio de cabelo, obtida com um microscópio da IBM 

Há protetores solares compostos por nanopartículas de óxido de titânio, mas não se sabe qual é o comportamento de uma partícula dessas no corpo humano. O que irá ocorrer? A célula da pele será rompida? A partícula entrará na corrente sangüínea? O que acontece se esse composto entrar nas vias circulatórias? Esses produtos estão no mercado e precisam ainda ser melhor estudados.
Recentemente, ao lado das descobertas, a tecnologia vem acumulando também polêmicas. Em março, um produto de limpeza que prometia proteger banheiros da proliferação de bactérias por até seis meses foi colocado à venda na Alemanha. O Magic Nano tornou-se um sucesso imediato, mas durou pouco. Apenas três dias depois do lançamento, teve de ser recolhido por causa de reclamações de consumidores. Eles afirmavam que o produto provocara problemas respiratórios. Seis foram hospitalizados. O fabricante defendeu-se argumentando que a intoxicação foi causada por um líquido anticorrosivo contido na versão em aerossol. O produto em vasilhame plástico não teria causado mal nenhum. Mas sobrou para a nanotecnologia, dando espaço a grupos ambientalistas e a outros que defendem uma maior atenção aos eventuais perigos dessa nova área. "Qualquer atividade nova tem de ser analisada do ponto de vista do risco, mas não podemos rotular antes de conhecer com exatidão os prós e os contras", diz Henrique Toma, professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo. "Tenho certeza de que, no caso da nanotecnologia, os benefícios serão bem
Campo fértil é a linha de pesquisas em torno de nanotubos de carbono. Essa novidade é composta de cilindros que reúnem átomos de carbono. Podem conduzir eletricidade e são flexíveis, com a maior resistência mecânica entre todos os materiais conhecidos. É possível dizer que são dezenas de vezes mais fortes que o aço. Imagina-se que encontrem aplicações em todos os setores da indústria. Na eletrônica, podem vir a substituir o silício – hoje o componente básico dos chips dos computadores. A medicina também deve se valer desse tipo de dispositivo para aumentar a precisão de cirurgias e exames
Recentes descobertas sobre o uso desses cilindros vêm da Universidade do Texas, nos Estados Unidos. Ali, cientistas demonstraram por meio de pesquisas com ratos que nanotubos de carbono podem ser usados para transmitir sinais elétricos aos neurônios, as células cerebrais. Se a técnica prosperar com humanos, isso representará uma imensa brecha para uma verdadeira revolução no tratamento de problemas neurológicos. Os tubinhos poderiam ainda ser usados para substituir nervos danificados, nos olhos ou na medula espinhal, por exemplo.

Rio ganha complexo para pesquisas de ponta em nanotecnologia




Equipamento do Labnano, o NANOLITO (foto acima) é utilizado para desenvolvimento de protótipos para nanofabricação.

O Rio de Janeiro ganha o mais novo conjunto de laboratórios e serviços de nanotecnologia do Brasil, o Laboratório Multiusuário de Nanociência e Nanotecnologia (Labnano), instalado na sede do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). O projeto custou cerca de R$10 milhões e faz do Brasil o país latino-americano com maior infraestrutura para a pesquisa básica na área de nanofabricação de estruturas.
O Labnano foi inventado para impulsionar a nanotecnologia no Brasil, considerada pelo governo uma das “áreas de futuro” para o desenvolvimento.
Além de ser um complexo de laboratórios, equipamentos e serviços, e tratar sobre a nanofabricação e a caracterização de nanoestruturas, iniciou-se no Labnano cursos de formação e especialização nas técnicas e sistemas utilizados pelo laboratório. Já foram ministrados quatro cursos em nanofabricação e três em microscopia eletrônica de transmissão.

Fonte: http://www.finep.gov.br/imprensa/noticia.asp?cod_noticia=2791

Tese é reconhecida internacionalmente


A tese da aluna de Doutorado, na UFV, Letícia Ribeiro Paiva, orientada pelo Prof. Marcelo Lobato Martins e co-orientada pelo professor Silvio da Costa Ferreira Jr., foi reconhecida internacionalmente no dia 21 de fevereiro através da sua publicação do Virtual Journal of Nanoscale Science & Technology, que publica os melhores artigos em nanociência e nanotecnologia.
 A tese apresenta um modelo de multiescala que analisa o crescimento do tumor e a sua quimioterapia usando nanopartículas.



Entrevista com o Prof. Giovanni Mambrini

Entrevista, do grupo de nanotecnologia da turma 2D, com o Prof. Giovanni Mambrini, Doutor em físico-quimica pela UFSCar.



Colunano : Como você definiria nanotecnologia para uma pessoa leiga?
Professor Mambrini: Para uma pessoa leiga, vamos pensar que nanotecnologia é uma tecnologia que envolve algo numa escala muito, muito pequena, menor do que pessoas leigas, geralmente, conseguem imaginar. Acho que a melhor maneira de imaginar isso é pensar num fio de cabelo, que é algo do dia-a-dia e você divide um fio de cabelo por mil partes iguais. Essa é a escala de tamanho que a gente começa a trabalhar em nanotecnologia. Essa seria a maior dimensão que a gente trabalha.

Colunano: Quando e por que você se interessou por nanotecnologia?
Professor Mambrini: Me interessei por nanotecnologia quando eu tinha uns 20 anos de idade, estava fazendo o curso de Química na UFSCar, em São Paulo, e tive contato com um professor que estava começando a trabalhar com isso. E conversando com ele, vi todas as possibilidades, que essa área, que ia começar a época a 10, 12 anos atrás, e me interessei pelo contato com esse professor.

Colunano: Quais pesquisas sobre nanotecnologia a UFV desenvolve?
Professor Mambrini: A UFV está entrando agora nessa área. Essa área é relativamente muito nova com a construção do novo departamento de Química, as pesquisas nessa área vão ter mais potencial para crescer.

Colunano: Quais pesquisas sobre o assunto você já fez?
Professor Mambrini: Eu atuo, principalmente, pesquisando métodos químicos para sintetizar nano partículas. Ainda não é perfeitamente controlado, você sintetizar um material que requer partículas de um tamanho muito controlado, e quando digo controlado, você sintetizar partículas de 4, 5, 6 nanômetros, e todas as partículas desse mesmo tamanho. Então, minha pesquisa busca viabilizar métodos químicos que possibilitem esse tipo de material final.

Colunano:  Tem algum produto já desenvolvido com a pesquisa?
Professor Mambrini: Não, por ora, estamos engatinhando ainda. Não temos nada ainda no mercado.

Colunano:  Há alguma estimativa de quanto as pesquisas podem avançar nos próximos anos?
Professor Mambrini: Olha, é difícil falar. Muitas revistas por ai dizem que as pesquisas de nanotecnologia vão crescer em todas as áreas do conhecimento humano. Mas é difícil fazer uma estimativa de quanto dinheiro isso vai gerar, algumas pessoas falam em casa de bilhões de dólares por ano. Só para você ter uma ideia, há doze anos nós tínhamos duas revistas especializadas em nanotecnologia, e hoje, nós já temos por volta de umas 15, de circulação semanal. Então, a quantidade de trabalhos que está sendo gerada nessa área, quantidade de dinheiro investida é muito grande. Então a gente pode prever um futuro com bastante nanotecnologia envolvida. Inclusive nesse celular, que a gente está gravando essa conversa, provavelmente nos temos já bastante coisa dessa área.

Colunano: Quais são as principais vantagens da nanotecnologia?
Professor Mambrini: É difícil citar as principais vantagens, se você for pensar em termos de eletrônica, podemos esperar equipamentos cada vez menores, mais leves, e com maior capacidade de processamento e armazenamento de dados.  Há trinta anos, era impossível pensar em um processador como o que nós temos hoje. Com tamanha capacidade de processamento e com tamanho tão pequeno, e no futuro deve ser ainda melhor.  Então, acho que principalmente na área de eletrônica, mas na área de saúde, já começa também, alguns trabalhos envolvendo nanotecnologia, em remédios e farmacologia, então acho que essas são as duas principais áreas que a gente pode observar grandes avanços.

Colunano: Tem mais alguma coisa que você queira falar sobre o assunto?
Professor Mambrini: Na verdade, eu acho que é uma área fascinante, mas ainda estamos engatinhando e deixo aqui o recado pra quem ler esse blog: Que é uma área fascinante, e acho que para todo mundo que tem interesse em ciências exatas é uma área que vocês devem investir.

sábado, 24 de março de 2012

Com a palavra, Sir Harold Kroto




Entrevista do Sir Harold Kroto concedida durante o CLINAM (Fundação europeia de nanomedicina clínica) 2011

Pergunta 1
Quem é você e o que você faz?
Meu nome é Harold Kroto. Sou professor de química na Universidade Estadual da Flórida. Passei 37 anos no Reino Unido, Universidade de Sussex. Eu estou aqui para esta conferência sobre nanomedicina, dando uma palestra, uma apresentação. Eu planejei numa apresentação sobre duas coisas. Uma delas é a minha perspectiva sobre nanociência e nanotecnologia, que são assuntos amplos e também em programas educacionais sobre a educação global.
Pergunta 2
Para você, o que é nanomedicina?
 Primeiramente, a nanociência não é o que eu entendo como sendo nanociência. Para mim ela é (e eu diferençio a partir de nanotecnologia) o aspecto fundamental da mesma. A nanotecnologia é a aplicação, uma área estrita da nanociência. Para mim, a essa estaria basicamente em pequenos sistemas que estudamos sobre a química básica século XX. Passamos duzentos anos em desenvolvimento de nosso estudo da química, sintaxes e criando moléculas complexas e a próxima fase para mim, nanociência, nanoquímica se quiser, seria a criação de moléculas mais complexas com função, “coisas” que podem fazer algo. A maioria das moléculas e drogas que têm, no momento presente tem síntese muito complexa e difícil para sintetizar muitos deles. Na verdade, elas são relativamente simples quando comparadas com estruturas como a hemoglobina, que é uma proteína com função na máquina molecular, síntese de ATP. Assim, a minha perspectiva sobre isso não é ser um especialista ou mestre, aliás, é que talvez nos próximos 20, 30, 50 anos começaremos a desenvolver moléculas complexas, máquinas moleculares que têm a capacidade necessária para combater o inimigo que é vírus e estes casos da natureza que são sistemas complexos muito especializados. E eu acho que é muito emocionante pensar sobre esta mudança de paradoxos e coisas que podemos fazer no futuro. Mas nanociência em si não é bem compreendida. É basicamente, eu acho que de muitas maneiras ele é dissimulado, como é a química não é nova. É apenas uma nova perspectiva sobre a aplicação da tecnologia em mesmas palavras. Eu acho que se nós olhamos muito em tecnologia de hoje em computadores, lasers, tecnologias como essas de cima para baixo, e fazer algo que chamamos de destruição do que queremos, devemos ser capazes de fazer no sentido oposto. E a química sintetizada com a arquitetura, que seria arquitetura atômica e molecular, e isso é uma perspectiva muito excitante, enormes avanços precisam ser feitos para fazer o que sabemos é visível ou se sabemos. Depende de conseguirmos um grupo de crianças e jovens para estarem envolvidos com esses assuntos.



Turma 2 A 

Entrevista com o Prof. Robson Ricardo Teixeira



Imagem ilustrando oito alótropos de carbono, entre eles, o fulereno buckminster (d)  
Com o propósito de dar margem à opinião dos que compareceram às palestras, entrevistamos o Prof. Robson Ricardo Teixeira. Se você também já assistiu a alguma palestra do Nobel Harold Kroto ou trabalha/se interessa pelo ramo da nanotecnologia, deixe um comentário construtivo e ajude-nos a conhecer diferentes pontos de vista sobre o tema.


Como lhe pareceu a palestra?
O prof. Harold Kroto me pareceu bastante honesto, franco, sendo interessante citar a resposta de Kroto ao questionamento sobre qual seria a utilidade do fulereno buckminster. Ele suscintamente respondeu que a utilidade prática do alótropo que lhe trouxe o Nobel ainda não existia de fato. Uma consideração relevante pode ser feita a partir da força com que Kroto teve e tem com os jovens, adolescentes em especial. Isso é essencial, reconhecendo que figuras influentes no ramo das ciências como Harold, sempre são um exemplo para as novas gerações, em daqueles que quem sabe tornar-se-ão pesquisadores e cientistas bem sucedidos.  

E a respeito da nanotecnologia, a palestra ministrada pelo prof. Kroto lhe trouxe uma nova visão acerca do assunto? Aliás, o que lhe vem em mente quando o tema é nanotecnologia?
Nas duas palestras que assisti Kroto esclareceu que futuramente poderia haver uma forma de  explorar o fulereno a nível industrial, assim como aproveita-se os nanotubos de carbono atualmente. Minha opinião é que ele se priorizou tópicos do tema da segunda palestra e a divulgação da Fundação Veja na Inglaterra. Sobre a nanotecnologia, mesmo não sendo o ramo com o qual trabalho, reconheço que esse é um campo que se encontra amplo. Inclusive poso citar que um artigo da revista Química Nova, publicado em 2008, poderia ter alguma relação com o qual atuo, no desenvolvimento de novos agroquímicos .

 Turma 2 A

Professor Harold Kroto na UFV




A partir de uma iniciativa do Departamento de Química, a UFV orgulhosamente recepcionou o Prof. Harold Kroto como parte da política de política de interagir com pesquisadores renomados do Brasil e do exterior, além de fazer parte das atividades comemorativas do Ano Internacional da Química. Harry, cuja carreira foi marcada por descobertas desde a molécula cianoacetileno até o complexo C60, com indiscutível franqueza, deixou perplexo quem assistiu às duas palestras do dia 23 de novembro de 2011. A primeira palestra foi realizada no final da manhã, no auditório do Departamento de Engenharia Florestal. Ele discorreu sobre “Carbon in Nano and Outer Space”, tendo como público estudantes e pesquisadores de Universidades e demais interessados. À tarde, o professor Harry Kroto falou para numeroso grupo de secundaristas, especialmente estudantes do Colégio de Aplicação (Coluni), que lotaram o Espaço Acadêmico-Cultural Fernando Sabino. O tema da palestra foi "Science and Society in The 21st Century”. Nas duas ocasiões, demonstrou grande poder de comunicação, fazendo-se compreender pelo público, superando facilmente a barreira da língua. De forma muito criativa, soube conciliar a ciência com as diversas atividades do cotidiano das pessoas, sempre dando ênfase à participação dos jovens em todas elas.

O cientista, acompanhado da esposa, Margareth Kroto, foi recebido na UFV pela reitora, professora Nilda de Fátima Ferreira Soares. Participaram do encontro, na Reitoria, o professor Luiz Cláudio de Almeida Barbosa, responsável pela visita; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Eduardo Gomide Seiti Mizubuti; o diretor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, professor Carlos de Castro

Goulart; a diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, professora Maria Goreti de Almeida Oliveira; o chefe do Departamento de Química, professor Antônio Jacinto Demuner; o diretor de Relações Internacionais e Interinstitucionais, Vladimir Oliveira Di Iorio; e o diretor de Extensão da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, professor Ney Sussumu Sakiyama. 


















De Krotoschiner a Kroto



Sir Harold W. Kroto



Nascimento: 7 de outubro de 1939, Wisbech, Reino Unido

Filiação no momento da concessão: Universidade de Sussex, Brighton, Reino Unido

 Motivo do prêmio: “por sua descoberta dos fulerenos”

 Campo: química orgânica, química estrutural



Autobiografia (adaptada):

Quando o menino Krotoschiner percorria o caminho para escola observando através das janelas das fábricas de St. Arkwright, talvez ainda não imaginasse a carreira bem sucedida que lhe aguardava. Filho de pai judeu e mãe alemã, fazia o possível para se adaptar a Bolton, cidade do decadente norte inglês, orgulhosa por outrora ter contribuído com a Revolução Industrial. Após o pai ter sido expulso da Alemanha, efeito da eclosão da Segunda Guerra Mundial, esse teve que trabalhar como engenheiro aprendiz e ferramenteiro qualificado em uma empresa de engenharia. Logo, com a ajuda de amigos ingleses e alemães de antes da Guerra, o pai de Kroto montou sua própria fábrica de fabricação de balões em 1955. De acordo com o próprio Kroto, trabalhar desde a mistura de tinta látex a reparação de máquinas incluindo a substituição de trabalhadores na linha de produção foi um campo de treinamento excepcional para o desenvolvimento das habilidades necessárias a um cientista de pesquisa. A situação financeira da família não estava muito positiva, mas mesmo assim Kroto foi matriculado em uma escola excepcional de Bolton. Ao entrar na faculdade por volta da década de 60, Harry, como gosta de ser chamado, dividiu seu tempo entre sua paixão doentia por química, alguns acordes na guitarra e até mesmo com a presidência do Conselho de Atletismo. Casou-se, fez um doutoramento em Espectroscopia de radicais livres produzidos por fotólise e aceitou uma oferta atraente de emprego no Conselho Nacional de Pesquisa em Ottawa, como uma sugestão de Richard Dixon. Em 1974, trabalhando com o próprio espectrômetro em Sussex, Kroto iniciou os estudos da molécula HC5N, diretamente ligados com sua futura descoberta do C60 em 1985. Kroto afirma de nunca desejou ganhar o Nobel, que graças a essa descoberta, chegou em suas mãos em 1996. Como conclusão, ressalta: “Depois de ter escolhido algo vale a pena fazer, nunca desista e tente não deixar ninguém para baixo.”

Fonte: http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/laureates/1996/kroto.html


 Turma 2 A 

terça-feira, 20 de março de 2012

Graduação em Nanotecnologia

Você conhece o curso de Nanotecnologia?
A graduação em Nanotecnologia é oferecida pela UFRJ, e disponibilizamos aqui as perguntas frequentes sobre o tópico. Aproveitem, essa é a grande chance!
(Retirado do site:http://www.nano.ufrj.br/graduacao_perguntas.html)




GRADUAÇÃO EM NANOTECNOLOGIA: Perguntas Frequentes

1- Qual a duração do curso de Nanotecnologia? É um curso de nível superior ou técnico?

O curso de Nanotecnologia é um curso de nível superior, com duração recomendada de 4 anos.

2- Unidade (isto é, Instituto, Faculdade, ou Escola) da UFRJ é responsável pelo curso? Quem concede o diploma?

O curso de Nanotecnologia é uma iniciativa conjunta de 4 unidades: Instituto de Física, Escola Politécnica, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho e Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano. O curso é de responsabilidade conjunta destas 4 unidades e é administrado por uma Comissão de Coordenação composta por professores destas Unidades. O diploma de Bacharel em Nanotecnologia é concedido pelo Reitor da UFRJ.

3- Qual é o objetivo do curso?

O objetivo do curso é formar profissionais com uma base sólida em Física, Matemática, Química e Biologia e com conhecimentos específicos em Nanotecnologia em 3 opções de Ênfase: Física, Materiais e Bionanotecnologia.

4- Este curso é reconhecido pelo MEC?

O processo de reconhecimento de cursos de graduação pelo MEC está descrito em detalhes no seguinte site do INEP: http://www.inep.gov.br/superior/condicoesdeensino.
O curso de Nanotecnologia da UFRJ já tem autorização do MEC para funcionar. No entanto, pelas regras do MEC, o reconhecimento só poderá ser solicitado pela instituição depois que a primeira turma do curso terminar a primeira metade do curso, ou seja, ao final de 2011.

5- Um profissional não pode atuar em Nanotecnologia tendo uma formação em um curso “tradicional”, como por exemplo: Física, Biofísica, Engenharia de Materiais, etc.?

Obviamente, é perfeitamente possível que um físico, biofísico ou engenheiro atue em Nanotecnologia, mas acreditamos que o Bacharel em Nanotecnologia, devido precisamente à sua formação multidisciplinar, poderá atuar com mais facilidade em áreas interdisciplinares, bastante comuns em Nanotecnologia, e poderá circular com mais desenvoltura entre as diferentes áreas ao longo de sua carreira. Neste sentido, entendemos que ele terá uma formação diferenciada.

6- Existem cursos de graduação em Nanotecnologia em outras universidades?

Apesar de nossa proposta ser pioneira no Brasil, há um número crescente de cursos de Nanociência/Nanotecnologia no mundo. Uma amostra destes cursos pode ser vista no sítio http://en.wikipedia.org/wiki/Nanotechnology_education.

7- Qual o mercado de trabalho para o Bacharel em Nanotecnologia?

Estima-se que, até 2015, os bens e serviços de base nanotecnológica deverão ultrapassar 1 trilhão de dólares anuais, em quase todos os setores produtivos conhecidos atualmente. Em particular nas indústrias de semicondutores, metalúrgica e de materiais, química, farmacêutica, biotecnológica, de cosméticos, e muitas outras. O Brasil deve seguir a mesma tendência, e há um número crescente de empresas atuando no país com interesse em nanotecnologia.

8- Qual o salário inicial do Bacharel em Nanotecnologia?

Esta é uma pergunta difícil de ser respondida, por vários motivos. As estimativas de salário médio inicial das diversas profissões são feitas de maneira estatística, através de consultas entre os profissionais das mais diversas áreas. Como o curso de Nanotecnologia começou na UFRJ apenas em 2010, só teremos uma boa resposta para esta pergunta (com um grau razoável de confiança estatística) por volta do ano 2020... No entanto, podemos antever alguns cenários. Se o Bacharel em Nanotecnologia optar por seguir seus estudos na pós-graduação, seu salário inicial terá tipicamente o valor de uma bolsa de Mestrado ou Doutorado do CNPq ou CAPES. Se optar por trabalhar em pesquisa e desenvolvimento nas indústrias, seu salário pode depender bastante de sua área específica e de sua função, mas é razoável supor que, inicialmente, não seja muito diferente do salário de profissionais que executam funções semelhantes (como físicos, químicos, biológos ou engenheiros de materiais).

9- Ao término do curso, é possível cursar uma pós-graduação em Nanotecnologia ou em alguma área afim?

Apesar de não existir ainda um curso de pós-graduação em nanociência ou nanotecnologia na UFRJ, existe pesquisa e, consequentemente, pós-graduação nesta área na UFRJ. Ela é realizada pelos diversos grupos de pesquisa que atuam na área e que orientam estudantes, em diversas Unidades. O conhecimento adquirido pelo estudante no curso de graduação em Nanotecnologia será suficientemente profundo para que ele possa, se assim desejar, ingressar em uma dessas três grandes áreas de pós-graduação e pesquisa da nanotecnologia: Física, Materiais ou Bionanotecnologia.

10- Quantas vagas serão oferecidas para o curso em 2012?

Em 2012, serão oferecidas 30 vagas para o campus do Fundão e 20 vagas para o novo campus de Xerém da UFRJ. Inicialmente, as disciplinas específicas da Ênfase em Materiais serão oferecidas apenas no Fundão. Já as disciplinas do Núcleo Comum e das Ênfases em Física e Bionanotecnologia serão oferecidas em ambos os campi.
Para efeito das provas do vestibular, em qual Grupo o curso de Nanotecnologia se insere?
As provas do Concurso de Acesso (vestibular) serão aquelas do Grupo 2, ou seja, com peso maior para as ciências exatas.

11- O que são as disciplinas de Introdução à Pesquisa em Nanotecnologia?

Para se formar, alem do conjunto de disciplinas obrigatórias e eletivas, cada estudante deverá cursar 4 requisitos curriculares complementares (RCC) de Introdução à Pesquisa em Nanotecnologia (IPN), com um total de 16 créditos. Em cada uma destas atividades, que formam uma parte importante do curso, o estudante deverá realizar um estágio de iniciação científica em um dos laboratórios ou grupos de pesquisa consorciados ao curso. Em cada um dos estágios, deverá aprender os fundamentos teóricos e os aspectos práticos das respectivas técnicas. Os quatro semestres de IPN deverão ser cursados em grupos diferentes e também deverá ser garantida a rotatividade entre as áreas (um estágio em cada uma das áreas: Física, Química, Materiais e Bionanotecnologia).

12- Se eu ingressar no curso de Nanotecnologia e depois mudar de ideia quanto à escolha da minha carreira, eu posso mudar de curso sem ter que fazer um novo vestibular?

Sim, isso é possível, e não apenas para o curso de Nanotecnologia, mas para qualquer curso da UFRJ. É um procedimento chamado de “Mudança de Curso” e ocorre a cada semestre. No entanto, é preciso verificar na Unidade que administra o curso de destino quais são os procedimentos e se há disponibilidade de vagas. No caso específico do curso de Nanotecnologia, como há uma grande superposição curricular, nos dois primeiros anos, entre este curso e os cursos de Física, Engenharia de Materiais e Biofísica, a Mudança de Curso poderia ser feita sem grandes prejuízos do ponto de vista curricular, se houver vagas.

13- É possível cursar Nanotecnologia e depois conseguir um segundo diploma em um curso afim, sem ter que fazer outro vestibular?

Sim, isto é possível. Trata-se de um procedimento chamado “Isenção de Vestibular”. No caso do curso de Nanotecnologia, esta também é uma opção interessante, devido à superposição do curso com os cursos de Física, Engenharia de Materiais e Biofísica. Por exemplo, um estudante que concluísse o curso de Nanotecnologia com Ênfase em Física poderia, com mais 1 ano de estudos, obter também o diploma de Físico. De forma semelhante, um estudante que concluísse o curso de Nanotecnologia com Ênfase em Materiais poderia ser também Engenheiro de Materiais com apenas mais 2 anos de estudo (lembrando que o curso regular de Engenharia dura 5 anos). No caso da Ênfase em Biotecnologia, o egresso necessitaria também de mais 2 anos para concluir o curso de Biofísica.

Retrospectiva: 2005

Em 2005 se reacendia a fé na nanotecnologia. Ainda que muitos desconheçam, nesse ano já se produzia lâminas de vidro a partir de gotas de silício e se podia transformar átomos de carbono em nanotubos de transistores. Com um minúsculo chip de silício, cientistas acreditavam conseguir criar, num prazo de dez anos, um nano-neurotransistor, que captaria os sinais de uma célula nervosa e os interpretaria como sinais elétricos, podendo reproduzi-los em um neurônio sem comprometer o desempenho das células vizinhas. Esperava-se que em 2015 já haveriam os primeiros nanoprodutos comercialmente viáveis, e que a nanotecnologia resolveria grande parte dos problemas que afligem a humanidade, como explicita o trecho a seguir:

"Em 2020, a indústria vai fabricar materiais 100 vezes mais resistentes que o aço, carros que não arranham, espelhos antiofuscantes, aviões mais leves, roupas que regulam a temperatura do corpo, jornais eletrônicos de plástico semelhante ao papel, tintas que mudam de cor, aquecedores solares baratos, bolas de basquete que não perdem a elasticidade. O casco dos navios será repelente à água - com menos atrito, eles gastarão menos combustível. Todos os materiais que você descarta, inclusive os não-recicláveis, poderão virar outros objetos. O futuro respeitará, como nunca, a máxima de Lavoisier: 'Tudo se transforma'."
(Foto: nanotransistor)

Fonte: artigo "A revolução invisível" da revista Superinteressante, 2005.


Retrospectiva: 2003

Em 2003 já se sabia que as promessas de Drexler não se realizariam. Os pesquisadores mais novos já diziam que essa idéias de ficção científica seriam improváveis, pelo menos dentro de algumas décadas.

No entanto, alguns ideais diversos tomaram forma nesse prazo. No que se diz nanomedicina, destacam-se as áreas de diagnóstico e a terapêutica, e esperava-se conciliar as duas. Os precursores desses remédios inteligentes já se desenvolviam no Brasil, na forma de polímeros que evitavam o excesso de princípios ativos até que este chegasse ao seu destino, dentro do organismo humano.
Nisso, uma estrutura similar estava ajudando a aumentar a eficácia de uma vacina de DNA contra a turberculose, e a experiência estaria dando tão certo que um dos responsáveis por ela resolveu abrir uma empresa, com uma plataforma adequada para o desenvolvimento dessas estruturas, a Nanocore. (Saiba mais em: http://www.nanocore.com.br/site/).
A estimativa da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos é que a nanotecnologia gerasse, nos dez anos seguintes, um mercado de US$ 31 bilhões na área de saúde.

(Foto: nanotecnologia no combate ao câncer)


Entre os mirabolantes planos do moderno 2003, estavam os ímãs contra o câncer, que com apenas 5 nanômetros seriam capazes de detectar e eliminar um tumor de 1 milímetro de diâmetro e que, de quebra, ainda atacariam vírus, inclusive o da Aids, bastando acoplar anticorpos que se ligassem a esses vírus e limpando o sangue em seguida. No mesmo patamar, havia também a "microlança" que atingiria as superbactérias, devido a uma estrutura que se montaria sozinha no interior da célula e causaria danos às membranas com carga elétrica negativa, como as das bactérias - até mesmo as resistentes aos antibióticos.

Fonte: artigo "A revolução invisível" da revista Superinteressante, 2003.

Retrospectiva: 1997

Em 1959, o prêmio nobel de física Richard Feynman (1918 - 1988) já havia afirmado que era possível manipular átomos. Na década de 1990, Kim Eric Drexler, engenheiro formado no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), já pensava mais além: ele acreditava que seria possível produzir objetos a partir das moléculas. Segundo ele, o trabalho seria feito por máquinas minúsculas: pequenos robôs batizados de "montadores".

(Foto: Eric Drexler)
O primeiro instrumento feito para manipular átomos foi o microscópio de varredura por tunelamento, o STM (Scanning Tunneling Microscope). Sua primeira versão surgiu em 1982, no IBM de Zurique, e rendeu aos físicos Heinrich Rohrer e Gerd Binning o nobel de 1986. Em 1996 foi criada uma nova versão, o SIAM (Scanning Interferometric Apertureless Microscope), também pela IBM, cuja técnica remetia à holografia, e a análise dos raios luminosos permitia a "reconstrução" da imagem dos elétrons desgarrados.
(Foto: microscópio de varredura por tunelamento)

Segundo Drexler, em 2010 já haveria recursos para erradicar a fome, curar doenças, resolver o problema da probreza no mundo e retardar o envelhecimento. Ainda segundo o pesquisador, um tumor canceroso poderia ser identificado e erradicado logo no início, a anemia falciforme poderia ser curada, construiria-se uma "máquina de carne" (que reorganizaria as moléculas de modo que formasse suculentos bifes à disposição) e, ainda!, não haveria poluição, pois o lixo industrial abandonado seria reciclado.

Fonte: artigo "Quanto menor, melhor" da revista Superinteressante, 1997.

Retrospectiva: 1990



O desafio do ano de 1990 foi lidar com a falta de recursos: isto é, embora os pesquisadores conhecessem os conceitos de dureza, fricção e resistência do ar para as máquinas comuns, essas propriedades já não se aplicam nessa ordem de pequenez, pois elas se alteram com as dimensões dos objetos estudados. A microfabricação oferecia um novo campo para o experimento das teorias, com máquinas e peças disponíveis apenas em complexas simulações no computador. Além disso, no mundo inteiro, a estimativa era de apenas cinquenta pesquisadores na área de tecnologia de micromáquinas.
O que se produziu, tendo em vista as condições à época, foi de extrema importância dentre os fatores que impulsionaram as pesquisas. Nesse ano, na Universidade de Johns Hopkins (Baltimore, E.U.A.), criaram uma pílula que contém um termômetro de silício e todos os equipamentos necessários para transmitir suas medições. Outro grupo, da Universidade da Califórnia (Berkeley, E.U.A.) construiu um motor de silício que poderia rodar até 500 vezes por minuto, sendo utilizado para a ventilação de sistemas integrados, de diâmetro não muito superior ao de um pelo humano. Enquanto isso, a multinacional americana Texas Instruments estudava um chip coberto por 1 milhão de espelhos móveis, que seria a chave para os computadores ópticos.
Durante esse ano, o que se dizia sobre a Nanotecnologia entorno do que se esperava para os próximos anos era nada menos que um robô com menos de 1mm de diâmetro capaz de grandes incursões por entre os órgãos e artérias, microssensores capazes de reproduzir em computadores os sentidos humanos, exploração espacial em microespaçonaves e até mesmo robôs operários com sentido tátil tão sensível quanto o do homem e um robô capaz de operar em escala atômica (fabricando molécula por molécula).

Fonte: adaptação do artigo "Motorzinhos do Progresso" - Superinteressante, 1990.

Retrospectiva: introdução

A proposta do momento para o Colunano é uma retrospectiva dos acontecimentos da Nanotecnologia nos últimos anos, a partir de 1990 até o que se tinha em 2005.

Faremos um apanhado geral com as maiores inovações e as expectativas de cada época nesse processo de desenvolvimento.

Esperamos que apreciem esses quinze anos de descobertas e esforço por parte da ciência em prol da humanidade.




domingo, 18 de março de 2012

Caminhando com a Nanotecnologia...
Bem-vindos todos que postam e acompanham o nanoblog! Daremos continuidade a uma incrível iniciativa dos alunos da 2ª série A (2010-12) do Colégio de Aplicação da UFV- COLUNI, que criaram esse blog como parte da apresentação do trabalho Química Atual, proposto em 2011.
A partir de agora, ele será atualizado a cada edição dessa atividade, com vistas a trazer sempre as novidades e últimos acontecimentos desse maravilhoso mundo da Nanotecnologia.
Junte-se a nós!

quarta-feira, 14 de março de 2012

NanoDespedida

Olá nano-lovers!
Hoje a postagem é diferente, não iremos entrar exatamente no mundo da nanotecnologia... Mas sim dar um pequeno tchau aos nossos mais de 3,00 x 1012  nanoleitores que nos acompanharam neste quase uma ano de blog. Como já dito em nossa apresentação, todas as nossas postagens foram feitas com muito carinho, e também com muita pesquisa, procurando sempre mostrar ao nosso público informações atualizadas e confiaveis sobre o universo nano.
 Madrugadas foram perdidas (digo, ganhas) para que este blog fosse colocado no ar, mais de 20 estudantes se empenharam para que o colunano fosse esse sucesso, arrancando elogios dos mais variados e se mostrando como uma fonte consolidada e segura.
Dentre esses 20 estudantes alguns agradecimentos especiais devem ser feitos: Ao Diogo Rocha por dar toda assistencia tecnica e informações valorosas sobre o mundo da informatica. À Carolina Rezende e Deborah Loureiro por suas boas inspirações nas artes que contribuiram tanto para este trabalho. Ao Frederico Brandão pelas companhias de madrugada enquanto os posts eram gerados, e pela critica sempre construtiva aos mesmos, bem como sua ideias geniais de divulgação. À Dalila, Carla e Felipe Santiago pelo empenho na pesquisa bibliográfica. À Alice pela suas postagens sempre bem embasadas e dedicadas, além do seu jeito "explosivo" que faz as coisas acontecerem e darem certo! A Dani Pataro por sempre está atenta e prestes a ajudar. Aos demais participantes do grupo pela compreensão e ao suporte dado. Ao Professor Emerich pelo conhecimento dado, pela confinaça depositada em nosso projeto, e pelas "broncas" dadas em momentos oportunos. E é claro, à você, leitor amigo, que tem fome pelo conhecimento e que fez desse blog um sucesso.!       
 Porém, agora chegou o momento de passar essa responsabilidade para outros estudantes. Entregamos esse blog nas mãos destes jovens que também estarão supervionados pelo Professor Emerich, e desejamos que tenham boa sorte e que cuidem desse blog como nós, que o fundamos!

Um MEGAabraço,

Fagner Toledo