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terça-feira, 20 de março de 2012

Retrospectiva: 2005

Em 2005 se reacendia a fé na nanotecnologia. Ainda que muitos desconheçam, nesse ano já se produzia lâminas de vidro a partir de gotas de silício e se podia transformar átomos de carbono em nanotubos de transistores. Com um minúsculo chip de silício, cientistas acreditavam conseguir criar, num prazo de dez anos, um nano-neurotransistor, que captaria os sinais de uma célula nervosa e os interpretaria como sinais elétricos, podendo reproduzi-los em um neurônio sem comprometer o desempenho das células vizinhas. Esperava-se que em 2015 já haveriam os primeiros nanoprodutos comercialmente viáveis, e que a nanotecnologia resolveria grande parte dos problemas que afligem a humanidade, como explicita o trecho a seguir:

"Em 2020, a indústria vai fabricar materiais 100 vezes mais resistentes que o aço, carros que não arranham, espelhos antiofuscantes, aviões mais leves, roupas que regulam a temperatura do corpo, jornais eletrônicos de plástico semelhante ao papel, tintas que mudam de cor, aquecedores solares baratos, bolas de basquete que não perdem a elasticidade. O casco dos navios será repelente à água - com menos atrito, eles gastarão menos combustível. Todos os materiais que você descarta, inclusive os não-recicláveis, poderão virar outros objetos. O futuro respeitará, como nunca, a máxima de Lavoisier: 'Tudo se transforma'."
(Foto: nanotransistor)

Fonte: artigo "A revolução invisível" da revista Superinteressante, 2005.


Retrospectiva: 2003

Em 2003 já se sabia que as promessas de Drexler não se realizariam. Os pesquisadores mais novos já diziam que essa idéias de ficção científica seriam improváveis, pelo menos dentro de algumas décadas.

No entanto, alguns ideais diversos tomaram forma nesse prazo. No que se diz nanomedicina, destacam-se as áreas de diagnóstico e a terapêutica, e esperava-se conciliar as duas. Os precursores desses remédios inteligentes já se desenvolviam no Brasil, na forma de polímeros que evitavam o excesso de princípios ativos até que este chegasse ao seu destino, dentro do organismo humano.
Nisso, uma estrutura similar estava ajudando a aumentar a eficácia de uma vacina de DNA contra a turberculose, e a experiência estaria dando tão certo que um dos responsáveis por ela resolveu abrir uma empresa, com uma plataforma adequada para o desenvolvimento dessas estruturas, a Nanocore. (Saiba mais em: http://www.nanocore.com.br/site/).
A estimativa da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos é que a nanotecnologia gerasse, nos dez anos seguintes, um mercado de US$ 31 bilhões na área de saúde.

(Foto: nanotecnologia no combate ao câncer)


Entre os mirabolantes planos do moderno 2003, estavam os ímãs contra o câncer, que com apenas 5 nanômetros seriam capazes de detectar e eliminar um tumor de 1 milímetro de diâmetro e que, de quebra, ainda atacariam vírus, inclusive o da Aids, bastando acoplar anticorpos que se ligassem a esses vírus e limpando o sangue em seguida. No mesmo patamar, havia também a "microlança" que atingiria as superbactérias, devido a uma estrutura que se montaria sozinha no interior da célula e causaria danos às membranas com carga elétrica negativa, como as das bactérias - até mesmo as resistentes aos antibióticos.

Fonte: artigo "A revolução invisível" da revista Superinteressante, 2003.

Retrospectiva: 1997

Em 1959, o prêmio nobel de física Richard Feynman (1918 - 1988) já havia afirmado que era possível manipular átomos. Na década de 1990, Kim Eric Drexler, engenheiro formado no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), já pensava mais além: ele acreditava que seria possível produzir objetos a partir das moléculas. Segundo ele, o trabalho seria feito por máquinas minúsculas: pequenos robôs batizados de "montadores".

(Foto: Eric Drexler)
O primeiro instrumento feito para manipular átomos foi o microscópio de varredura por tunelamento, o STM (Scanning Tunneling Microscope). Sua primeira versão surgiu em 1982, no IBM de Zurique, e rendeu aos físicos Heinrich Rohrer e Gerd Binning o nobel de 1986. Em 1996 foi criada uma nova versão, o SIAM (Scanning Interferometric Apertureless Microscope), também pela IBM, cuja técnica remetia à holografia, e a análise dos raios luminosos permitia a "reconstrução" da imagem dos elétrons desgarrados.
(Foto: microscópio de varredura por tunelamento)

Segundo Drexler, em 2010 já haveria recursos para erradicar a fome, curar doenças, resolver o problema da probreza no mundo e retardar o envelhecimento. Ainda segundo o pesquisador, um tumor canceroso poderia ser identificado e erradicado logo no início, a anemia falciforme poderia ser curada, construiria-se uma "máquina de carne" (que reorganizaria as moléculas de modo que formasse suculentos bifes à disposição) e, ainda!, não haveria poluição, pois o lixo industrial abandonado seria reciclado.

Fonte: artigo "Quanto menor, melhor" da revista Superinteressante, 1997.

Retrospectiva: 1990



O desafio do ano de 1990 foi lidar com a falta de recursos: isto é, embora os pesquisadores conhecessem os conceitos de dureza, fricção e resistência do ar para as máquinas comuns, essas propriedades já não se aplicam nessa ordem de pequenez, pois elas se alteram com as dimensões dos objetos estudados. A microfabricação oferecia um novo campo para o experimento das teorias, com máquinas e peças disponíveis apenas em complexas simulações no computador. Além disso, no mundo inteiro, a estimativa era de apenas cinquenta pesquisadores na área de tecnologia de micromáquinas.
O que se produziu, tendo em vista as condições à época, foi de extrema importância dentre os fatores que impulsionaram as pesquisas. Nesse ano, na Universidade de Johns Hopkins (Baltimore, E.U.A.), criaram uma pílula que contém um termômetro de silício e todos os equipamentos necessários para transmitir suas medições. Outro grupo, da Universidade da Califórnia (Berkeley, E.U.A.) construiu um motor de silício que poderia rodar até 500 vezes por minuto, sendo utilizado para a ventilação de sistemas integrados, de diâmetro não muito superior ao de um pelo humano. Enquanto isso, a multinacional americana Texas Instruments estudava um chip coberto por 1 milhão de espelhos móveis, que seria a chave para os computadores ópticos.
Durante esse ano, o que se dizia sobre a Nanotecnologia entorno do que se esperava para os próximos anos era nada menos que um robô com menos de 1mm de diâmetro capaz de grandes incursões por entre os órgãos e artérias, microssensores capazes de reproduzir em computadores os sentidos humanos, exploração espacial em microespaçonaves e até mesmo robôs operários com sentido tátil tão sensível quanto o do homem e um robô capaz de operar em escala atômica (fabricando molécula por molécula).

Fonte: adaptação do artigo "Motorzinhos do Progresso" - Superinteressante, 1990.

Retrospectiva: introdução

A proposta do momento para o Colunano é uma retrospectiva dos acontecimentos da Nanotecnologia nos últimos anos, a partir de 1990 até o que se tinha em 2005.

Faremos um apanhado geral com as maiores inovações e as expectativas de cada época nesse processo de desenvolvimento.

Esperamos que apreciem esses quinze anos de descobertas e esforço por parte da ciência em prol da humanidade.