segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cientista colombiano apresenta novidades da nanotecnologia


Hinestroza mostrou materiais nos quais está trabalhando para criar tecidos que não mancham e até sistemas para evitar ataques terroristas

NOVA YORK - O professor colombiano Juan Hinestroza, referência mundial no campo da nanotecnologia, apresentou em Nova York alguns materiais nos quais está trabalhando para criar materiais que mudam de cor, tecidos que não mancham e até sistemas para evitar ataques terroristas com agentes químicos.
Juan Hinestroza apresenta novidades da nanotecnologia - AP
Juan Hinestroza apresenta novidades da nanotecnologia
Hinestroza explicou que trabalha em seu laboratório com materiais "25 mil vezes menores" que o diâmetro de um fio de cabelo, que assim "permite manipulá-los para que se comportem como queira", e desta forma "mudar completamente" a aplicação dos materiais, explicou o cientista da Universidade de Cornell.
As possibilidades vão desde tecidos que repelem a água e as manchas até sacos para transportar frutas em navios da América Latina a outros mercados que apanhem os gases responsáveis do amadurecimento dos alimentos para evitar sua decomposição.
Hinestroza mencionou também a criação de tecidos que permitam através do contato carregar aparelhos eletrônicos como o celular e o iPod e até buscar mecanismos para aliviar sintomas de doenças como artrites e ajudar pessoas com alérgicas ao pólen ou outras substâncias.
"O maior inspirador do meu trabalho é a natureza", disse o professor, que explicou que ela nos dá "milhões de anos" de vantagem e por isso estuda e trabalha com diferentes tipos de materiais e corantes naturais do Amazonas para entender como funcionam e como são modificados.
É preciso "usar a ciência para mudar a forma de pensar e agregar valor às coisas", disse o cientista de Cornell, que define seu trabalho como uma mistura entre algo "velho e tradicional" como os tecidos com algo "novo e revolucionário" como a ciência, abrindo o campo a um mundo "completamente novo".
O professor explicou à Agência Efe que sua principal fonte de financiamento vem do Departamento de Defesa dos EUA. "São meus patrocinadores de ouro", disse, ao lembrar que a pesquisa militar foi responsável de coisas hoje tão comuns como a tecnologia GPS, os telefones celulares e internet.
No entanto, se mostrou a favor de demarcar bem os limites entre a ciência e a indústria militar. "Nosso trabalho é criar ciência e educar para as novas gerações de cientistas. São conceitos muito básicos que nós trabalhamos e depois eles desenvolvem seus produtos, aos quais eu não tenho acesso", acrescentou.
Uma das aplicações nas quais trabalha para uso militar é o que o cientista colombiano chama de "camuflagem interativa", que permite tirar fotos do lugar onde o militar se movimenta para que essa imagem fique impressa em sua roupa e desta forma ficar "camuflada no ambiente".
O Pentágono também está interessado em encontrar mecanismos de proteção contra agentes químicos e biológicos para evitar ataques terroristas, disse Hinestroza, que lembrou que "qualquer pessoa pode usar um elemento químico e causar um grande dano" e assinalou que trabalha para detectar esses materiais antes de serem usados.

Fonte da matéria: www.estadao.com.br

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